75 O País do Carnaval – Jorge Amado
1930. Tempo de maré agitada, de ondas fortes, no Brasil. O estudante Jorge Amado já não é a criança carregada da fazenda onde nasceu para a cidade de Ilhéus; nem o jovenzito irrequieto que acabou fugindo do internato do Colégio Antonio Vieira, em Salvador, para se refugiar na casa da avó, na cidade sergipana de Itaporanga. Está morando agora no Rio de Janeiro, onde faz o curso de Direito. Mas é, ainda, um adolescente. E, aos 18 anos de idade, acaba de escrever o seu primeiro romance. No ano seguinte, o volume vem à luz. Chama-se O país do Carnaval. É a estréia literária do autor. Bem recebido pela crítica e pelo público, Jorge Amado fala, nesse livro, de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e caminhos. Trata-se, em suma, de um retrato geracional — tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelas rodas boêmias e literárias da Cidade da Bahia, em inícios do século XX. No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa à chegada do amor, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Leva com ele as suas dores, deixando atrás de si uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do carnaval. Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/8144021-o-pa-s-do-carnaval?ref=nav_sb_ss_1_18
82 Ana Terra – Érico Veríssimo
No século XVIII, a família Terra – pai, mãe e filhos – vive numa estância erma do interior gaúcho. Seu cotidiano é duro, penoso: tira sustento da colheita, calcula a passagem do tempo observando a natureza, enfrenta ameaças de saque e pilhagem. Um dia uma das filhas do estancieiro, a adolescente Ana, encontra, na beira de um regato, um mestiço ferido. É o enigmático Pedro Missioneiro, indiático,bravio, e dono de uma cultura sofisticada em letras, histórias e artes musicais. Acolhido pela família, no início Ana tem aversão a Pedro, mas a repulsa é apenas o prelúdio da paixão que tomará conta da menina, provocando a ira e desejos de vingança nos irmãos e no pai. Em meio a esses sentimentos primitivos e dominadores, uma fronteira se desenha, uma nação e um povo se formam. Fonte: https://www.goodreads.com/pt/book/show/2336849
83 O Eterno Marido – Fyodor Dostoevsky
Universalmente considerado como um dos iniciadores da literatura moderna, Dostoiévski é também em muitos aspectos um precursor do pensamento de Freud pela admirável compreensão das motivações profundas e não conscientes, do sofrimento psíquico, da linguagem dos sonhos, dos laivos de loucura que caracterizam os comportamentos. Neste conto, o autor trata de um tema muito divulgado nas literaturas europeias de meados do século XIX, especialmente na francesa: o argumento narra um triângulo amoroso – marido, mulher e amante – através da voz de um homem rico e indolente, que é confrontado com o marido, depois viúvo, da sua amante.
À semelhança de «O Idiota», já publicado nesta colecção, em «O Eterno Marido» o ciúme é o tema-chave; mas, enquanto naquele livro os conflitos são vividos, através de uma perspectiva cómica, por personagens dotados de grande força interior, em «O Eterno Marido» dá-se a dramatização do tema, logo esse sentimento é elaborado em função de um personagem cheio de fragilidades, propenso a uma passividade que o expõe ao ridículo, e as suas tentativas de abafar os seus ressentimentos e alcançar a felicidade a todo o custo acabam por se exteriorizar assumindo os contornos do crime. No entanto, mais do que esta compreensão que Dostoiévski possui em relação aos comportamentos, fascinam-nos a sua intuição poética e o seu alcance filosófico, que nos deixam perante o enigma do psiquismo humano como mistério insondável que não obedece a qualquer lei da vida material.
Considerado pela crítica mundial como um dos mais perfeitos trabalhos de Dostoiévski, «O Eterno Marido», publicado pela primeira vez em revista corria o ano de 1870, só no ano seguinte teria a sua primeira edição em livro. Esta versão em língua portuguesa, da responsabilidade de Nina Guerra e Filipe Guerra, é fruto de um trabalho de tradução feito directamente a partir do russo. Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/8293676-o-eterno-marido
95 Pedro, romance de um vagabundo – Manuel Mendes
«Na nossa sociedade policiada, o vagabundo hirsuto e esfarrapado, o mendigo que anda de terra em terra a pedir por portas, mão estendida às almas caritativas, não é animal raro ou monstro de outras eras, é o clochard, o tramp, o lazzarone, o pouca-roupa e alma penada, o maltrapilho que a cada passo topamos nas estradas do Mundo, tão humilde e assustado como cão sem dono, cavaleiro andante da pobreza, inocente e pacífico bicho dos caminhos!…»
Assim define Manuel Mendes o seu herói, a figura comovente e inesquecível de «Pedro», um dos grandes livros que denunciavam a noite fascista, o obscurantismo, a injustiça e a desigualdade sociais, por que passou um país, durante cinquenta anos, Portugal. «Pedro», romance complexo e rico de implicações psicológicas e filosóficas, representa, no entanto, pela sua violenta análise sociológica, um autêntico texto de «resistência» anti-fascista e uma forma muito especial de literatura «comprometida». Comprometida com a luta pela libertação e pela dignificação do homem – que Manuel Mendes, exemplar democrata defendeu, em todos os campos. Há parentescos evidentes no romance de Manuel Mendes: recorda-nos Raúl Brandão, Dostoievski, por exemplo, mas a sensibilidade e a inteligência originais do autor oferecem-nos uma obra impar e cheia de interesse, como ele próprio diz, «o retrato verídico de um miserando homem e a sua história contada em língua vulgar e de maneira singela». Linguagem e maneira que constituem atributos admiráveis do estilo aliciante de Manuel Mendes. Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/18808151-pedro-romance-de-um-vagabundo
117 Os guerrilheiros – Jean Lartéguy
Após o serviço militar, Lartéguy trabalhou como correspondente de guerra, nomeadamente para a revista Paris Match. Cobriu conflitos no Azerbaijão, na Coreia, na Palestina, na Indochina, na Argélia e no Vietname. No início da guerra da Coreia, Lartéguy alistou-se como voluntário no batalhão francês e foi ferido por uma granada inimiga durante a batalha de Heartbreak Ridge. Na América Latina, fez reportagens sobre várias revoluções e insurreições e, em 1967, encontrou-se com Che Guevara pouco antes da sua captura e execução. Na edição de julho de 1967 da Paris Match, Lartéguy escreveu um importante artigo intitulado “Les Guerilleros”, onde escreveu: “Numa altura em que os revolucionários cubanos querem criar Vietname’s por todo o mundo, os americanos correm o risco de encontrar a sua própria Argélia na América Latina.” Fonte: https://www.goodreads.com/book/show/138513867-les-guerilleros
Avaliações
Ainda não existem avaliações.